terça-feira, outubro 03, 2006

Mário de Sá-Carneiro (1890-1916)

Chegaram à baía os galeões

Chegaram à baía os galeões
Com as sete Princesas que morreram.
Regatas de luar não se correram...
As bandeiras velaram-se, orações...
Detive-me na ponte, debruçado,
Mas a ponte era falsa - e derradeira.
Segui no cais. O cais era abaulado,
Cais fingido sem mar à sua beira...
Por sobre o que Eu não sou há grandes pontes
Que um Outro, só metade, quer passar
Em miragens de falsos horizontes
-Um outro que eu não posso acorrentar...
Sá-Carneiro